Leishmaniose tegumentar
Leishmaniose tegumentar é uma doença infecciosa, não contagiosa e de evolução crônica, causada pelo protozoário do gênero Leishmania e transmitida pelo flebótomo fêmea infectado.
Highlights
- Também conhecida como 'ferida brava' ou 'úlcera de Bauru'.
- Doença de notificação compulsória.
- Predomina em maiores de 10 anos (92,5%) e no sexo masculino (74%).
- Maiores focos no Brasil estão na fronteira sul da Amazônia e na região de Foz do Iguaçu.
Olhada Rápida
- Causada pelo protozoário do gênero Leishmania.
- Transmitida ao ser humano pela picada do flebótomo fêmea infectado.
- Apresentação clínica inclui úlceras com bordas elevadas e infiltradas, podendo afetar mucosas da boca, nariz e laringe.
- Lesões mucosas podem surgir meses ou anos após a infecção primária, levando a deformidades graves.
Como se Apresenta




- Período de incubação varia de poucos dias a meses.
- Lesão inicial pode ser eritematosa, papulosa, tuberosa, verrucosa ou ulcerada.
- A úlcera é a apresentação mais comum (95% dos casos).
- Bordas elevadas e infiltradas, fundo granulado e avermelhado com exsudato seroso ou seropurulento.
- Lesões por disseminação hematogênica podem incluir papulopustulosas, ulcerocrostosas, tuberosas, nódulos e lesões vegetantes.
- Lesões mucosas destrutivas podem levar à deformação nasal, aparência buldoguiforme e comprometimento respiratório.
- Complicações incluem disfonia, tosse, disfagia, comprometimento ocular, mutilações auriculares e osteoartrose deformante.
Fatores de Risco
- Exposição ao vetor.
- Contato com animais infectados.
- Desmatamento e mudanças ambientais.
- Condições de moradia precária.
- Imunossupressão.
- Profissões de risco.
Diagnóstico
- História clínica, procedência do paciente e características das lesões.
- Pesquisa direta de Leishmania (exame de Giemsa), positiva em casos recentes.
- Cultivo in vitro (NNN, LIT) para multiplicação do parasita.
- Exame histopatológico.
- Teste intradérmico de Montenegro (altamente específico).
- IFI (detecção de anticorpos) com valor diagnóstico a partir de 1/80.
- PCR de alta resolução para casos mucosos.
- Imuno-histoquímica com anticorpos específicos.
Diagnóstico Diferencial
- Úlcera: carcinoma espinocelular, sífilis terciária, úlcera tropical, vasculite.
- Lesão verrucosa: paracoccidioidomicose, esporotricose, cromoblastomicose, tuberculose.
- Lesões infiltradas: rinofima, granuloma letal da linha média, sarcoidose, granulomatose de Wegener, hanseníase, entomoftoromicose.
- Leishmânides: ectima, dermatofitose, hanseníase, granuloma anular, sarcoidose, miíase, reação à picada de inseto.
- Lesões mucosas: paracoccidioidomicose, histoplasmose, rinoescleroma, vasculite, carcinoma espinocelular, bouba, goma sifilítica, lúpus vulgar, perfuração septal por cocaína.
Tratamento
- Antimoniais pentavalentes: N-metilglucamina (Glucantime®) e estibogluconato de sódio (Pentostan®).
- Anfotericina B e Anfotericina B Lipossomal em casos graves.
Referências
- RIVITTI, Evandro A. Manual de Dermatologia Clínica de Sampaio e Rivitti. Grupo A, 2024.
- Azulay, R. D., Azulay D.R., AZULAY., L, Dermatologia, 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2022.
- BOLOGNIA, Jean L.; Jorizzo, Joseph L.; Schaffer, Julie V.. Dermatologia. 3 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.