Tuberculose cutânea
Tuberculose cutânea é uma infecção causada pelo Mycobacterium tuberculosis, podendo se apresentar em diferentes formas clínicas, com predomínio em pessoas de baixo nível socioeconômico e imunossuprimidos.
Highlights
- Causada pelo Mycobacterium tuberculosis.
- Mais prevalente em indivíduos de baixo nível socioeconômico.
- Aumento de casos desde o advento da AIDS.
- Forma cutânea mais comum no Brasil é a cutis coliquativa (esclofuloderma).
Olhada Rápida
- Classificada em primária (nunca teve contato com o bacilo) ou secundária (previamente sensibilizado).
- Pode ocorrer por via endógena ou exógena, por contiguidade ou via hematogênica.
- Possui diferentes formas clínicas, incluindo verrucosa, escrofuloderma, orificial, lúpus vulgar e miliar aguda.
Como se Apresenta





- Tuberculose verrucosa: lesão indolente nas mãos, evoluindo com cicatriz central.
- Esclofuroderma: formação de abcessos no pescoço, inguinocrural e epidídimo, que fistulizam e formam cicatrizes persistentes.
- Lúpus vulgar: pápulas ou placas mal definidas na face, eritemato-acastanhadas, com formação de cicatrizes atróficas.
- Tuberculose orificial: comum em imunodeprimidos, com úlceras dolorosas em regiões orificiais ou periorificiais.
- Tuberculose cutânea miliar aguda: lesão exantemática em imunodeprimidos e crianças, caracterizada por pequenas máculas e pápulas eritemato-púrpuras.
Fatores de Risco
- Infecção pelo HIV.
- Baixa condição socioeconômica.
- Regiões de clima frio e úmido, além de trópicos.
- Países em desenvolvimento.
- Pacientes imunossuprimidos.
Diagnóstico
- Pesquisa do M. tuberculosis por exame direto, cultura e inoculação.
- Histopatologia e prova terapêutica auxiliam no diagnóstico.
- PCR pode ser utilizado, mas tem baixa disponibilidade.
- IGRA (Interferon-Gamma Release Assay) realizado por coleta sanguínea.
Diagnóstico Diferencial
- Esporotricose.
- Paracoccidioidomicose.
- Leishmaniose tegumentar.
- Cromomicose.
Tratamento
- Esquema RIPE: Rifampicina 150mg, Isoniazida 75mg, Pirazinamida 400mg e Etambutol 275mg por 2 meses diariamente.
- Fase de manutenção: Rifampicina 300mg e Isoniazida 200mg diariamente por 4 meses.
- Possui evolução lenta e gravidade variável conforme a manifestação clínica.
- Tuberculose orificial e miliar disseminada apresentam pior prognóstico.
Referências
- AGUINAGA, Felipe; HANAUER, Larissa; AZULAY, Rubem D.. Micobacterioses: tuberculose cutânea. In: AZULAY, Rubem David; AZULAY, David Rubem; AZULAY-ABULAFIA, Luna. Azulay Dermatologia. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2022. Cap. 42. p. 469-476.
- SILVA, Marcia Ramos e; CASTRO, Maria Cristina Ribeiro de. Infecções por Micobactérias. In: BOLOGNIA, Jean L.; JORIZZO, Joseph L.; SCHAFFER, Julie V.. Dermatologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. Cap. 75. p. 1220-1241.