Úlcera Venosa
A úlcera venosa, também chamada de úlcera varicosa ou úlcera de estase venosa, é uma ferida crônica que ocorre na região dos tornozelos devido à insuficiência venosa crônica.
Highlights
- A insuficiência venosa é a principal causa de ulceração crônica nas pernas.
- Úlceras venosas são recorrentes, podem ser dolorosas e afetam a qualidade de vida.
- Tem um alto custo médico devido à cronicidade da doença.
Olhada Rápida
- A doença venosa crônica é comum em adultos e aumenta com a idade.
- Tem prevalência variável: <1% a 17% em homens e <1% a 40% em mulheres.
- Localizam-se acima do maléolo medial, são rasas, com bordas irregulares e exsudato fibrinoso amarelo.
- Pulsos pediosos geralmente palpáveis → se não forem palpáveis, deve-se excluir doença arterial periférica com o índice tornozelo-braquial.
- Podem crescer e se tornar circunferenciais se não tratadas.
Como se Apresenta



- Apresenta achados clínicos variados, desde telangiectasias até grandes úlceras crônicas.
- Sintomas principais: inchaço e dor nas pernas, piorando ao permanecer em pé e melhorando com elevação, meias compressivas e deambulação.
- Outros sintomas: cãibras, prurido e síndrome das pernas inquietas.
- Achados associados: veias varicosas, petéquias, hiperpigmentação, edema e dermatite de estase.
- Lipodermatoesclerose crônica: endurecimento e fibrose na perna, podendo levar à aparência de “garrafa de champanhe invertida”.
Fatores de Risco
- Histórico familiar.
- Idade avançada.
- Sexo feminino.
- Obesidade.
- Estatura.
- Gravidez.
- Longos períodos em pé.
Diagnóstico
- Diagnóstico clínico baseado na anamnese e exame físico.
- Sistema de classificação CEAP → categoriza a doença venosa crônica com base em sinais clínicos (C), etiologia (E), anatomia (A) e patofisiologia (P).
- Exames complementares: ultrassonografia doppler venosa, Índice Tornozelo-Braquial (ITB), venografia (ascendente e descendente).
- Histopatológico: fibrose, controle vascular, depósitos de hemossiderina e extravasamento de hemácias na derme ao redor da úlcera.
Diagnóstico Diferencial
- Celulite.
- Paniculite (eritema nodoso).
- Carcinoma de células escamosas.
- Infecção micobacteriana atípica.
Tratamento
- Controle dos fatores sistêmicos: doenças relacionadas (diabetes, hipertensão, insuficiência venosa).
- Manutenção de umidade e oclusão.
- Desbridamento (remoção de tecido morto).
- Compressão de metalômero (meias, bandagens) para melhorar o retorno venoso.
- Controle de edema com elevação dos membros.
- Avaliação para possíveis intervenções cirúrgicas.
Referências
- RIVITTI, Evandro A. Manual de Dermatologia Clínica de Sampaio e Rivitti. Grupo A, 2024.
- Azulay, R. D., Azulay D.R., AZULAY., L, Dermatologia, 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2022.
- BOLOGNIA, Jean L.; Jorizzo, Joseph L.; Schaffer, Julie V.. Dermatologia. 3 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.